sábado, 23 de janeiro de 2010

Segredos e surpresas

*****************Para melhor entendimento, leia primeiro Daisy, Daisy fala e Ainda amigas?


_Bom...

_Eu não aceito um não como resposta. -Daisy disse novamente.

_Se o meu pai deixar...

_Ótimo, eu o convenço num minuto.

_Daisy, eu que tenho que falar com ele.

Nesse momento a porta da sala abriu e papai entrou segurando na mão uma bandeja com lanches.

Daisy piscou pra mim e começou a conversar com papai explicando que tinha passado no vestibular e que queria que eu fosse passar o final de semana na casa dela para comemorarmos já que, afinal, tínhamos muita conversa para colocar em dia.

_Eu acho uma ótima ideia, Daisy. -Papai disse se sentando ao meu lado. –Ela tem estado muito sozinha.

Confesso que fiquei surpresa com a facilidade com que ele se convenceu, mas também fiquei muito feliz.

Daisy subiu para o meu quarto e fomos juntas escolher as roupas que eu levaria.

_Mary?Você sabe que numa amizade não deve haver nem mentiras, nem segredos... Certo?-Daisy perguntou se sentando na cama.

_Claro.

_Eu tenho uma coisa muito séria pra te contar...

Eu sentei perto dela e ela continuou:

_Eu tenho medo de que você não me perdoe.

_Mas o que aconteceu Daisy?

Ela respirou fundo e segurou na minha mão:

_Eu... Eu contei sem querer para o André que você gostava dele quando criança.

_O que?Mas por quê?-Senti meu coração bater mais forte.

_Foi há muito tempo, eu estava na quinta série, o André era um menino chato, muito chato que vivia me zoando. Teve um dia que ele falou que eu era a culpada por você ter ido embora, eu fiquei com muita raiva dele, porque eu não tive culpa nenhuma.

_Claro que não. A culpa não foi de ninguém. – eu disse séria.

_Eu precisava me defender, falar alguma coisa que também o deixasse com raiva e... Eu então disse que ele era um idiota porque você gostava dele e mesmo assim ele vivia te chateando e te magoando.

_Ai que droga!-Eu não conseguia acreditar que ela tinha contado o nosso segredo.

_Desculpa, Mary. Na hora eu disse sem pensar... O André ficou com muita raiva de mim na época e ficou um tempo sem conversar comigo, então eu fui falar com ele, pedi desculpas e disse que eu tinha inventado tudo, que era mentira o que eu tinha dito... Foi há tanto tempo atrás Mary, aposto que ele nem lembra mais, isso é, se ele acreditou.

Eu coloquei a mão no rosto:

_Ai que vergonha!

_Vergonha?Mas por quê?Você não acha o André um bom partido?

Eu olhei pra ela sem jeito:

_Não é isso, é que eu era apenas uma criança e... Sei lá, eu fico com vergonha, era algo pra ser só meu.

_Desculpa Mary, desculpa, por favor.

Respirei fundo e sorri:

_Tudo bem, é passado mesmo. Agora eu tenho o Caco e estou muito feliz com ele.

_Você gosta muito do Caco?

_Sim, ele me faz bem, me faz feliz... -Ela sorria pra mim, e então eu senti muita confiança nela e resolvi dizer o que se prendia no mais intimo do meu ser. -Daisy, se eu te contar uma coisa você promete não contar pra ninguém?

_Prometo, prometo... Eu não vou te decepcionar mais Mary, na época eu era só uma criança, mas agora eu sei manter o bico fechado.

_Eu estou namorando, gosto muito do Caco... Mas eu confesso que depois que reencontrei o André eu me senti balançada, sabe? Eu jamais, jamais seria capaz de trair o Caco e nada aconteceu entre a gente... Só que o André tão lindo, divertido, encantador... Teve alguns minutos que eu cheguei a ficar com dúvidas se eu gostava mesmo do Caco.

Ela olhava quieta para mim.

_O Caco veio me visitar dia 31 e eu percebi que estava sendo uma idiota, o André é um amigo, um bom amigo... Mas que ele me fez ficar balançada, ele fez.

_Ele faz isso com todas as garotas. -Daisy disse olhando para as mãos.

De repente percebi que tinha alguma coisa diferente com a Daisy.

_Hei?Peraí... Você, o André... Tem alguma coisa entre vocês que eu não sei?

Perguntei com medo da resposta. Daisy então olhou para mim:

_Nós estamos namorando escondido já faz alguns meses.

Naquele momento eu senti que faltava o chão sobre os meus pés.

Continua


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