quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Visita inesperada


Para melhor entendimento, leia primeiro AQUI!!!


Andei desesperada pelo quarto.
Lágrimas corriam silenciosas dos meus olhos.
Eu precisava fazer alguma coisa, precisava ter Edu de volta. Já não conseguia imaginar minha vida sem ele.
Liguei o computador e pesquisei o horário dos ônibus.
Iria atrás de Eduardo. Ele lutara tanto por mim, agora era minha vez de fazer o mesmo.
Um ônibus sairia em meia hora, e o outro só sairia de madrugada.
Apressada peguei minha bolsa e desci correndo os degraus da escada. Já estava saindo quando me lembrei de deixar algum recado para o meu pai ou do contrário ele teria um infarto, afinal já era tarde da noite.
Havia começado a abrir as gavetas da estante em busca de uma caneta e papel quando a campainha tocou.
Praguejei com raiva.
Quem poderia ser uma hora daquelas?Quem era o idiota que estava tentando me impedir de ser feliz?
A campainha tocou de novo.
Caminhei com pressa até a porta.
Fosse quem fosse com certeza não demoraria muito, afinal já era tarde da noite, não era hora para visitas.
Abri a porta e lá estava a visita.
Eu não podia acreditar.
O que ele estaria fazendo ali?
_Oi Mary!-Ele disse alegre.
_André.
Eu não estava feliz. Droga! Eu tinha meia hora para pegar um ônibus e ir atrás da minha felicidade. Ele não percebia isso?
_Tudo bem?- ele perguntou.
_Sim.-eu disse sem prolongar o assunto. Queria que ele fosse logo embora.
_Não vai me convidar pra entrar, Mary?
Eu o olhei surpresa. Pra que ele queria entrar?
_Tudo bem.-Dei passagem para ele.
André caminhou calmo até o sofá e se sentou.
Olhei no relógio, em vinte minutos o ônibus sairia.
_Eu cheguei agora de viagem e quando soube que você estava aqui vim te ver.
Sussurrei um monossílabo qualquer.Ele me olhou surpreso:
_Estou te atrapalhando, Mary? Sei que já é tarde, mas é que preciso conversar com você.
Eu olhei novamente para o relógio.Eu ainda tinha 18 minutos.
Se bem que eu poderia pedir André que me levasse de carro para a rodoviária, seria tão mais rápido.
Olhei para ele disposta a contar a loucura que estava fazendo, mas desisti quando vi o seu rosto.
_Claro que não está atrapalhando, André.- disse tentando parecer feliz.
_Bom saber disso.
Silêncio.
Ele olhou de novo para mim:
_Você vai ficar em pé aí, Mary?
Minha vontade era de pular em cima dele e esbofetá-lo.
Respirei fundo, caminhei para o outro sofá e me sentei.
Ainda tinha esperanças de conseguir pegar o ônibus que provavelmente sairia em 15 minutos.
_Pronto, pode falar agora.
André sorriu e começou a falar.
Sua voz foi ficando cada vez mais distante e eu já não conseguia me concentrar no que ele dizia.
Minha mente voou para muito longe dali e eu comecei a me lembrar de tudo que já tinha vivido com Eduardo.
André falava e falava sem parar.
A única coisa que eu via era os seus lábios se mechendo, mas meu pensamento estava muito longe. Até que os lábios pararam de se mecher e ele se calou.
Olhei para André e vi que ele estava esperando que eu dissesse alguma coisa, então eu disse a primeira coisa que veio em minha mente:
_Por que só damos valor depois que perdemos? Por que precisamos ver a pessoa com outra para perceber que a amamos? Por quê?
Perguntei agoniada.
Estava falando de mim e da minha descoberta tardia.
Não fazia a menor ideia do que André tanto tinha dito enquanto eu estava pensando.
André ficou de pé:
_Você não escutou nada do que eu falei, não é?
Continuei em silêncio.Podia ouvir o tic-tac do relógio.Faltavam apenas cinco minutos.
André segurou em meus braços e me pôs de pé.
_Mary, eu sei que eu fui um idiota. Mas agora eu tenho certeza que eu quero você!
Senti meu coração parar de bater.
                                                                  Continua

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