domingo, 25 de abril de 2010

Restaurante

            
Para melhor entendimento, leia primeiro AQUI.

            _Claro que não.-Disse tentando parecer calma e legal.-Eu vesti sim o meu melhor vestido. Nisso você tem razão, Gláucia. Mas não vesti pra competir com você, vesti porque a ocasião pede um vestido especial, afinal não é todo dia que eu saio com o meu príncipe e o meu cunhado para ir no meu restaurante favorito, que cá pra nós é o melhor da cidade.
            Minha voz falhou ao dizer que Caco era meu príncipe, mas creio que ninguém percebeu o tamanho da mentira que saira dos meus lábios.
            Todos ficaram calados e eu olhei para Caco esperando um beijinho de agradecimento pelo elogio que tinha feito a ele, mas ele só me olhava triste.
            Caco estava diferente, eu podia perceber. Não tinha feito nenhum elogio para mim, mal tinha falado comigo e  nem sequer me beijara nos lábios.Para mim era impossível lutar por um relacionamento sozinha, era por isso que estava desisitindo da luta e entregaria Caco de bandeija para Gláucia.
            Entramos no restaurante e nos sentamos.
            Não demorou muito e a garconete apareceu.
            _O que vão querer para beber?-Ela perguntou animada.
            Gláucia sorriu:
            _Por favor, bebida sem álcool, porque quando a minha priminha bebe ninguém aguenta.-Ela disse rindo. A garçonete me olhou segurando a risada.-E também sem gás, Mary tem muitos problemas com isso e eu sei disso porque eu durmo com ela durante a noite... Ela solta gases a noite toda, eu é que sofro!
            Dessa vez eu senti meu rosto ficar muito vermelho e todos olharam para mim constrangidos.
            _É brincadeira dela.-Disse tentando levar na esportiva, mas era impossivel diante do olhar desafiante de Gláucia.
            Fizemos o pedido e a garçonete se afastou.
            _Gláucia, por favor não faça mais isso.-Pedi.
            Ela riu:
            _Mas por que Mary?
            _Porque é mentira.-Eu disse séria.
            Caco me abraçou.
            _Tudo bem, Mary. Ninguém é perfeito.
            Olhei com ódio para Caco, então ele acreditava nas mentiras de Gláucia?
            _Eu não tenho problemas de estômago, então eu acho que a Gláucia deve ter se enganado.-Disse com muita raiva.
            Caco me beijou no rosto e sussurrou:
            _Você está me envergonhando.
            Fiquei triste ao ouvir aquilo de Caco e me encolhi.
            Como eu podia envergonha-lo se eu nem ao menos fizera nada?
            Fiquei de pé e pedi licença.
Caminhei para o toalete e me olhei no espelho triste.
            Retoquei a maquiagem e fiquei parada sem querer voltar para a mesa quando Gláucia entrou:
            _Olá Mary?Divertindo muito?
            _Você é ridicula!-Disse baixo.
            _Eu disse que iria acabar com a sua vida, não disse?É só o começo.
            Eu ignorei o que ela tinha acabado de falar e ia sair do banheiro quando a ouvi dizer:
            _Você odiou o novo visual do Caco não é?
            Continuei calada.
            _Eu que o convenci a pintar o cabelo daquela cor, ele estava constrangido e duvidoso, mas eu o convenci bem... Sabia que a minha mãe é cabelereira, Mary?Foi com ela que eu aprendi o suficiente para pintar o cabelo de Caco. Ele te contou?
            _Eu não acredito em você, Gláucia. Você não passa de uma mentirosa!
            _Ótimo. Então vá até lá e pergunte você mesma a ele.Eu só te disse isso porque eu achei que ele já tivesse te contado, mas acho que falei demais né?
            Sai do banheiro com muita raiva e voltei para a mesa.
            Boby me olhou sério:
            _Gláucia estava lá?Ela já vem?
            Olhei com muito ódio para ele e disse:
            _Por mim ela morria afogada dentro do vaso, mas como ela é minha prima...
            Boby olhou para mim com raiva e virou o rosto.Caco me beliscou e eu o olhei séria.
            Antes de começar uma briga, eu respirei fundo e me lembrei que só precisava ficar com Caco mais uma semana, ou do contrário Gláucia venceria de novo.
            _Eu gosto muito de você Caco e não quero te perder.-Disse o abraçando com força.
            Ele passou a mão na minha cabeça e beijou minha testa.
            _Tudo bem, Mary. Eu te perdoo.



                                                                                              Continua

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