sexta-feira, 9 de julho de 2010

Desabafo


Para melhor entendimento, leia AQUI!!!

            _Eduardo?O que faz aqui?-Perguntei tentando entender.
            Ele fechou a porta e caminhou para perto de mim.
            _Não era bem isso que eu esperava ouvir de você.-Ele disse com um sorriso.
            _Edu... Que surpresa te ver!-Disse tentando sorrir, mas era completamente impossível.
            _Agora sim.-Ele se sentou na cama perto de mim e mordeu o lábio inferior.-O que está acontecendo com você, menina?
            _Nada...
            _Nada?-Ele balançou a cabeça negativamente e me olhou sério.-Definitivamente você não pode mentir pra mim, Mary. Eu vejo que você não está nada bem.
            Suspirei, fechei os olhos e escondi o rosto com as mãos.
            _Não precisa se esconder de mim, Mary.
            Ficamos alguns segundos em silêncio, eu não tirei as mãos do rosto.
            _Tem alguma coisa a ver com o rapaz da cidade do seu pai?
            Como ele podia saber?
            Tirei rapidamente as mãos do rosto e me sentei na cama.
            _As meninas te contaram o que?-Perguntei nervosa.
            _Nada, Mary. As meninas acharam que podiam mentir pra mim, mas não podem porque eu te conheço e sei que um resfriado não te deixaria uma semana longe dos estudos.
            _Ah, Edu...
            _Conta pra mim, Mary. Poxa, eu quero saber o que aconteceu  pra te deixar tão pra baixo.
            Lágrimas quentes correram dos meus olhos, sem pensar duas vezes Eduardo se aproximou de mim e me abraçou... Como era aconchegante e tranquilo estar em seus braço, eu não queria sair nunca mais dali.
            Ficamos abraçados por algum tempo, Eduardo nada disse. Ele sabia o quanto aquele silêncio era importante naquele momento.Depois de chorar algumas lágrimas, eu contei tudo pra ele.
            Contei todos os detalhes, contei do jeito que precisava contar e de repente me senti mais leve. Era como se tivesse tirado um peso de cima de mim.
            _Mary... Ah, Mary, esse cara é um idiota!-Eduardo disse olhando para o vazio.
            Eu nada disse. Agora era minha vez de ficar calada.
            _Puxa, tudo que eu queria era que você me amasse pelo menos um pouquinho do que você o ama. Pra mim, você não precisaria ficar sofrendo dentro do quarto  sozinha, não precisaria de nada disse... Você me amar um pouquinho seria suficiente... E ele, ele tem todo o seu amor, tem o poder de te trancar dentro do quarto, ainda assim, ele não soube aproveitar nem um pouco desse sentimento.
            Eu continuei calada, dessa vez não sabia o que dizer.
            _Ele não merece nada disso, Mary. E você não pode ficar se torturando, a vida continua.
            _Eu sei, Edu... Mas não encontro forças, eu traí uma amiga, eu perdi o amor da minha vida.
            _Não Mary... Não diga isso.
            _Mas é a verdade.-disse escondendo novamente o rosto.
            Eduardo passou as mãos no meu cabelo e com carinho me fez olhar para ele.
            _Mary, deixa eu te fazer feliz. Eu prometo que você não se sentirá cansada, nem entediada... Mary, eu farei de tudo para que você se sinta completa... Você não vê, Mary?Eu te amo, te amo como nunca amei ninguém.
            Os seus olhos olhavam para mim, mas eu não tinha coragem de olhar para ele... Não queria ver que ele também estava sofrendo, sofrendo por minha causa.
            _Desculpa, Edu. Ainda não estou pronta... As feridas são tão recentes e tão profundas... Eu tenho medo de amar de novo, tenho medo de sofrer tudo de novo.-Lágrimas correram dos meus olhos.-Não consigo mais ver um bom motivo para amar, não consigo...
            Eu chorei triste, estava muito angustiada. Eduardo me abraçou e novamente fez com que eu me sentisse mais calma.
            _Basta um toque teu, Edu e as feridas cicatrizarão... Eu sei disso, mas por que então tenho medo? Por quê?
            Ele me abraçou ainda mais forte...
            De repente todo aquela angústia foi passando e eu me senti tão forte nos braços dele. Sua respiração quente batia de leve no meu rosto e eu podia ouvir as batidas do seu coração.
            _Eu só preciso de um tempo, Edu... Um tempo para que as feridas parem de doer.
            Eduardo estava calado. Eu sabia que ele estava me ouvindo e sabia que ele estava me compreendendo.
            Estava tão bem ali em seus braços que poderia passar toda a minha vida daquele jeito.
            Eu  sabia que Eduardo poderia cicatrizar as feridas que André haviam causado... Mas eu tinha medo que com o tempo Eduardo fizesse como André e que elas voltassem a doer... Como eu podia confiar no amor depois de tudo?


        Continua...

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