quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Consolo


                                    Para melhor entendimento, leia AQUI!!!


Sai da lanchonete e fui direto para casa. Naquele momento tudo que eu queria era ficar sozinha, voltar de novo para a cama e me trancar no quarto.
_Mary?Onde você estava?Eduardo ligou te procurando, disse que tinha combinado com você de estudar...-Minha mãe foi logo dizendo assim que me viu.
Passei direto por ela tentando esconder as lágrimas que manchavam o meu rosto.
_Mary?O que aconteceu?
Não respondi.
Meus pensamentos naquele momento se encontravam muito longe dali.
Entrei no quarto e me joguei na cama... Por que as coisas tinham que ser tão dificeis? Já não bastava a dor de perder André?Tinha que ter também a dor de perder uma amiga?Eu não conseguia entender o porquê de tantos problemas.Não estava mais suportando, sentia que a qualquer momento ia ser sufocada por tudo, inclusive pela Gláucia.
Estava deitada com o rosto escondido quando ouvi uma voz atrás de mim.
_Posso entrar?
            Eduardo estava encostado na porta e parecia preocupado.Tentei limpar as lágrimas que brilhavam no meu rosto, mas era tarde demais, ele já tinha visto.
            _O que aconteceu Mary?-Eduardo perguntou caminhando em minha direção.
            _Sai daqui, Edu!-Gritei em meio as lágrimas.-Quero ficar sozinha!Sozinha pra sempre!
            Será que ele podia entender?Eu não queria que ninguém julgasse a minha dor, eu sabia que tinha errado, mas não precisava de mais ninguém pra dizer isso pra mim.
            _Mary... Se trancar de novo no quarto não vai resolver nada, você sabe disso!
            _Sai daqui, Edu!-Pedi chorando.
            Ele não me obedeceu. Pelo contrário, caminhou em minha direção e me abraçou sem nada dizer.
            Eu queria gritar, brigar, sair correndo, mas apenas me rendi e deixei que ele me abraçasse... Aquilo era um conforto para mim. As lágrimas começaram a correr mais rápidas diante do carinho e eu chorei como uma criança em seus braços.
            Assim que a crise de choro passou, ele segurou em meu queixo com carinho e disse sério:
            _Quer falar sobre o que está te atormentando?
            Balancei a cabeça concordando.
            Sentamos na cama e contei o que tinha acontecido.Eduardo ouviu atento, sem parecer em nenhum momento querer me criticar.
            Aquela cena não me era estranha, parecia que eu estava vivendo um replay... Podia me lembrar com exatidão de que apenas alguns dias atrás, estávamos ali do mesmo jeito.Eu desabafando e ele ouvindo.
            _Mary... Não precisa ficar assim tão preocupada.Daisy ficou surpresa, decepcionada, mas isso vai passar, você vai ver.
            _Não sei não.
            _Vai por mim, Mary. Isso vai passar, talvez ela só precise de um tempo, assim como você também precisou de um tempo depois de levar um fora de André.
            Ouvi-lo falar em André fez com que meu coração doesse, nesse momento tive certeza de que as feridas ainda doíam.
            Eduardo ficou de pé.
            _Vai ficar tudo bem, acredite em mim.Eu só quero que você entenda Mary, que se trancar no quarto e fugir de todo mundo não vai resolver nada.
            Respirei fundo.
            _Eu fiquei preocupado com você, combinamos de estudar e você não avisou que não iria.
            _Desculpa Edu, eu fiquei tão surpresa com a visita de Daisy que nem consegui pensar em mais nada.
            _Tudo bem. Agora eu vou pra casa, você precisa pensar e eu vou te deixar sozinha. Só não precisa preocupar, nem se trancar no quarto, vai dar tudo certo.
            _Como você pode ter tanta certeza?-perguntei.
            _Eu apenas tenho.-Ele disse olhando nos meus olhos e então se abaixando me beijou no rosto.-Tenha uma boa noite.
            Ele se virou e ia sair do quarto.
            _Ei Edu?Que beijo mais sem sal é esse?-Perguntei sorrindo.
            Ele riu e segurando em minha mão me colocou de pé. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa seus lábios colaram nos meus e me fizeram perder o fôlego.Meu coração parecia querer sair pela boca, era muito bom tê-lo tão próximo a mim.
            _Que pouca vergonha é essa aqui?
            Eduardo se afastou assustado e eu olhei surpresa em direção a voz.

                                                                                  Continua...

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