sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Viagem...



Eu estava sozinha.
Não estava feliz com isso, muito pelo contrário.
Uma dor transpassava meu coração, e por mais que a dor machucasse eu não tinha lágrimas para chorar.
Não conseguia entender o motivo da dor. Seria por que já estava sentindo falta de Eduardo? Mas o único sentimento que me invadia ao lembrar dele era a raiva.
Eu não podia admitir a covardia dele e isso me deixava mais nervosa por saber que o que ele mais queria era estar comigo. Ou eu estaria enganada?
Entrei no carro, minha mãe me levaria para a casa do meu pai, sentei no banco da frente e olhei para a janela do carro esperando que alguém aparecesse.
Qualquer pessoa.
Eu só precisava de alguém ali.
Sentia falta de Nane, Lipa e Dako e queria que elas fossem se despedir. Naquele momento eu nem levaria em conta o que elas tinham feito comigo, eu apenas precisava da amizade que sempre tivemos.
Mas elas não apareceram.
Esperei até o último segundo que Gláucia aparecesse e falasse toda a verdade. Eu havia pedido para ela comparecer, na mensagem tinha dito que só queria conversar com ela e me despedir. Mas Gláucia ignorara e não aparecera.
Não posso negar, meu coração estava cheio de esperanças. Eu acreditei que Eduardo fosse aparecer correndo e arrependido, como nos filmes, me pediria perdão e fariamos as pazes.
Mas isso também não aconteceu.
Nada do que eu esperava aconteceu.
E a minha mãe deu partida no carro.
Estava indo embora e não estava deixando nada para trás. Não tinha mais amigas e nem namorado.
A viagem foi praticamente toda silenciosa. E eu não me importava, pois estava perdida em pensamentos. O que eu mais tinha naquele momento era o que pensar.
Já estávamos chegando na cidade do papai, quando Carlinhos disse:
_Isso é injusto, mãe. Mary vai sentir demais minha falta! Você não pode separar nós dois.
Olhei para ele com carinho.Eu podia entender o que Carlinhos estava querendo dizer. Ele sentiria minha falta, essa era a verdade.
A minha mãe estava calada.Ela não precisava dizer nada, o seu silêncio em si já dizia tudo. Ela não queria estar ali e também não queria que eu fosse morar com o meu pai.
Ela estacionou o carro e olhamos para a casa do papai.
_Bonita casa.-Ela disse baixinho.
_Por que não moramos aqui também, mamãe?-Carlinhos perguntou.-Aí ficaria tudo resolvido, ficaria todo mundo junto e ninguém sentiria falta de ninguém.Sem contar que a casa do papai é tudo de bom! Tem uma piscina enorme!
De novo o silêncio.
A minha mãe não estava nada bem.
Ela ainda não estava preparada para voltar para aquela cidade cheia de lembranças e reecontrar o papai nela.

                                                                       Continua

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