segunda-feira, 28 de junho de 2010

Beijo



            _Quando fui ver Daisy e ela me disse que não queria mais ficar  comigo porque não estava sendo feliz, eu percebi que queria faze-la feliz... Foi só quando vi que a estava perdendo que percebi o quanto ela era importante pra mim.Então eu fiz a proposta pra ela e jurei nunca deixa-la infeliz...
            _Daisy aceitou...- eu disse triste.
            _Aceitou.O que sinto por ela é algo que nunca senti por ninguém, Mary... Eu não quero perder isso, não quero...
            O garçom serviu o nosso sorvete e eu já não tinha mais vontade de tomar.
            _Então era isso que você ia me contar?-Perguntei triste.
            _Era. Você é nossa amiga, acho que deveria saber.
            Levantei os olhos e olhei para André.
            Ao olhar para sua pele morena, os seus olhos enormes e inquietos... A pequena pinta próxima aos lábios... Não pude segurar as lágrimas que até então tinham dado uma trégua.
            Eu não podia ver a minha vida sem André.Não podia olhar para ele e ficar sem me lembrar de cada momento.
            _Não chore, Mary...-Ele pediu sussurrando.
            _Você foi o meu primeiro amor,André.
            _Isso vai passar, você vai ver.
            Levantei os olhos e olhei para ele.Nesse momento eu senti ódio, muito ódio! Como ele podia ficar julgando os meus sentimentos?Ele não sabia o que  eu sentia, não sabia de nada que se passava no fundo do meu coração...
            _Como você pode saber André?Você, que me disse que não se apaixonaria jamais! Você!-Disse desabando em lágrimas.
            Não me preocupava mais com o que as pessoas pudessem falar, não me importava com mais nada. Eu tinha perdido o amor da minha vida!
            Fiquei de pé com raiva, as lágrimas não paravam de correr pelo meu  rosto.
            André ficou de pé também, mas nada disse.
            _Não diga que o que eu sinto vai passar... Não diga que não é amor, porque é!-Cheguei mais perto dele e coloquei o dedo em seu rosto.-Um dia você vai saber o que eu senti...
            A cada minuto que se passava a dor só aumentava, parecia que ia me sufocar.
            André me olhava sem nada dizer...
            Ali, parados num canto escondido da sorveteria...
Só então percebi o quanto estava perto dele, podia sentir sua respiração e os seus olhos se perdiam nos meus.
            Sem conseguir me controlar, sem pensar encostei os meus lábios nos dele, eu me joguei em sua direção...
            André ficou sem reação, enquanto os meus lábios desesperados procuravam pelos dele.
            Ao sentir o seu perfume tão perto, eu me aproximei ainda mais e então percebi que André se soltou e começou a retribuir o beijo.
            Eu podia sentir a sua língua, os seus lábios e a sua mão que acaraciava de leve o meu rosto ainda banhado de lágrimas.

                                                                                                          Continua

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