quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A gravação...



Quarta-feira.
Acordei preocupada.
Estava com todo o desabafo de Gláucia gravado, mas não sabia o que fazer.
Tinha nas mãos uma difícil decisão:
*Não mostrar a gravação e ir morar com o meu pai. (Correndo o risco de descobrir que não esqueci André e que ainda o amo.)
*Mostrar a gravação para todo mundo. Eu seria inocentada, as coisas voltariam ao normal e Gláucia iria embora.
Não posso negar que a segunda alternativa era muito mais tentadora. Mas seria a mais justa? Seria certo estragar de tal forma a vida de uma pessoa que já tinha tudo estragado?
Eu definitivamente não sabia o que fazer... Ambas as alternativas pareciam me levar para a forca.
Estava escolhendo qual roupa usar para ir ao colégio quando a porta se abriu e a minha mãe entrou:
_Trouxe malas pra você arrumar as suas coisas.
_Como assim? Está na hora de ir para o colégio!-Disse olhando no relógio.
_Viajaremos hoje uma hora da tarde, Mary. Você não precisa mais ir ao colégio aqui, foi transferida para o outro colégio.
As palavras me faltaram.
Não esperava que as coisas acontecessem tão rápido. Eu ainda nem tinha decido qual decisão tomar.
_Mas mãe... Já?
_Sim... Acho melhor que você não se atrase ou será pior.
Ela saiu do quarto sem dizer mais nada. A minha mãe não parecia estar nos seus melhores dias.
Peguei a gravação de dentro do guarda-roupa e a olhei preocupada.
Depois de muito pensar, decidi o que fazer.
Como eu podia pensar na possibilidade de mostrar aquela gravação para alguém?
Que direito eu tinha sobre a vida de Gláucia? Era a vida dela, os sonhos dela, problemas dela!
Eu não podia simplesmente chegar e contar para todos algo que ela guardara para si durante toda a vida. Não era certo!
Por mais que Gláucia tivesse acabado com a minha vida, eu não queria ser como ela! Se a vida dela podia ficar ainda mais acabada, não seria eu a reaponsável... Eu não deceria ao mesmo nível que ela!
Eu não queria provar que era diferente de Gláucia?
Pois bem, a oportunidade estava nas minhas mãos.
Decidida, escondi a fita dentro da mala junto com as peças intímas.
Não deixaria que ninguém soubesse daquela gravação!

                                                                                  Decidida

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Marcas que o tempo não curou


Para melhor entendimento, leia primeiro AQUI!!!


_Eu tinha quatorze anos e estava voltando do colégio.Era fim de tarde e eu tinha ido passear na praia, eu sempre fazia isso depois de sair do colégio. Eu amava a água do mar molhando meus pés e sentir o vento nos cabelos. Mas esse dia foi o pior dia da minha vida. Ele estava sentado perto do mar, eu não achei que houvesse algum problema e comecei a fazer o meu caminho de sempre. Foi então que ele se levantou e caminhou na minha direção...
Gláucia escondeu o rosto com as mãos e chorou:
_Foi o pior dia da minha vida, Mary.
O que eu poderia dizer?
Não disse nada.
_Ele era alto e forte... Quando percebi o que ele queria me fazer, eu tentei correr, mas ele me segurou forte e rasgou minha roupa.
_Não tinha ninguém na praia?
_Não naquele horário e não naquela parte da praia. Doeu muito, ele me machucou tanto...
Lágrimas quentes correram dos meus olhos só de tentar imaginar a cena.
_Quando terminou ele me arrastou até o shopping, comprou uma roupa bonita pra mim e me pagou sorvete.
_Em troca do seu silêncio?
_Ele me ameaçou! Disse que acabaria com a minha vida se eu contasse para alguém.
_Ei Gláucia! Você já o conhecia?
Ela concordou olhando para a cama.
_Ele era o dono de uma das lojas do shopping, foi por isso que nunca suspeitei dele! Eu não podia imaginar que ele fosse fazer tal coisa comigo!
_E você não contou para ninguém?
_Eu não tive forças e nem coragem. Eu era feliz até esse dia Mary, desde então eu me fechei de tudo e de todos. Eu tinha medo de alguém descobrir o que acontecia...
_O que acontecia?Foi mais de uma vez?
_Ele passou a ir me buscar no colégio  todo fim de tarde, três dias na semana e me levava para praia ou para o carro dele...
_Mas Gláucia, por que você não contava para alguém?
_Ele me ameaçava, Mary. Ele dizia que mataria o meu pai se alguém descobrisse alguma coisa. O meu pai devia muito dinheiro à ele, e ele dizia que se eu contasse para alguém ele acabaria com o meu pai.Eu não podia contar! Não podia!
Gláucia chorou amargamente e eu não pude fazer outra coisa senão chorar junto.
_Todos os dias ele ia me buscar no colégio e todo mundo achava que ele fazia um favor para meu pai.
_O seu pai e ele eram amigos?
_Não... Mas os dois faziam negócios juntos, por conta disso ninguém suspeitava.
_E até quando durou isso?
_Até o dia em que ele foi preso.
_Preso?Você denunciou?
_Não... Descobriram drogas no carro dele.
_E ele está preso até hoje?
_Foi morto na cadeia... Parece que tinha inimigos lá.
_Então ele já morreu?
_É...
_E você não contou pra ninguém?Ninguém?
_Não, nunca tive coragem... Mas agora eu precisava arrancar isso do meu peito. É por isso que estou me abrindo pra você, Mary!
_Eu sinto muito, Gláucia.
_Durou oito meses, pra mim parece oito anos.
_Eu imagino mesmo.
_Eu sei que você não tem culpa do que ele fez comigo, Mary.
_Você me magoou, Gláucia... Mas acho que devo te agradecer, porque do contrário talvez eu não estivesse com o Edu hoje.
_Sei...
_Você está mesmo grávida?-Perguntei ainda sem acreditar.
_Estou.-Ela colocou a mão na barriga e sorriu.-Esse filho vai ser muito bem vindo, mas na verdade eu não sei o que será da minha vida.
_Vai dar tudo certo, Gláucia.
Disse pegando em sua mão.

                                    : ( Pensativa

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desabafo de Gláucia


Para melhor entendimento, leia primeiro AQUI!!!


_Conte tudo Gláucia.-Pedi.
Ela suspirou.
_Eu estou grávida.
Fiquei calada,  não sabia o que dizer.
_Já tem um mês que eu descobri e quando eu contei para Boby, ele negou. Disse que o filho não era dele e que não iria assumir a responsabilidade.
_Complicado.-Foi só o que consegui dizer.
_Eu nunca fiquei com nenhum outro rapaz desde que cheguei aqui.Eu ficava contando vantagens pra você Mary, mas a verdade é que eu nunca fui o que disse.
Eu apenas ouvia atenta.
_Na minha cidade eu era quieta, deprimida... Eu nunca tive motivos para ser feliz e então a sua mãe foi nos visitar. Ela falava tanto de você Mary, que me fez ficar morrendo de inveja e eu então decidi que viria para cá. Queria ser sua amiga, queria ser sua irmã. Mas aí eu não consegui...
_Por quê?
_Você parecia ser tão feliz e tão perfeita, que eu tive ódio de você.
_Gláucia!Eu não sou perfeita!Não tenho uma vida perfeita!
_Você era tudo que eu queria ser, mas nunca pude...
_E poderia ter sido se não fosse tão má.-Eu disse com raiva.
_Eu sei... Foi aí que eu decidi que seria diferente nessa nova cidade, enterrei a velha Gláucia cheia de amarguras e decidi que seria determinada e feliz. O primeiro passo seria conseguir a atenção do garoto mais lindo, então tudo se encaixaria por si só.
_Então você e Caco não ficaram?-Eu perguntei com medo da resposta.
_Não. Caco é um  bom rapaz, ele foi tão amigo meu lá que eu tive inveja de você quando vi que ele era seu namorado.
_Ah, Gláucia... Por que tanta inveja?
Gláucia ficou alguns minutos calada e então ao ver que eu não diria mais nada, continuou a narrativa:
_Caco sempre foi tão legal que convenceu Boby a ficar comigo.
_Caco convenceu?-Isso parecia mentira.
_É... Isso é ridículo, eu sei. Mas Boby gostou de mim quando me conheceu e decidiu que ficaria comigo sim.
_Então não foi Caco que o convenceu.
_Ele não iria nem me conhecer se não fosse pelo Caco.
_Entendi.
_Boby era tudo de bom, eu me apaixonei. Que idiota que eu fui! Fui uma tola na mão dele, com pouco tempo juntos ele decidiu que queria ter relação sexual comigo. Eu tinha medo, Mary, mas ele queria!
_Medo?-Eu não podia acreditar que aquela criatura também tivesse medo.
_Sim... Eu tinha medo que doesse.Eu tinha medo de sentir tudo de novo...
_Tudo de novo?O que?
Gláucia ficou calada, olhando para o nada.
_Fala Gláucia... Tudo de novo  o que?
Ela respirou fundo.
_Então não precisa dizer...
_Não, Mary! Eu digo... Mas, por favor, prometa que ninguém saberá dessa história!
_Ninguém?
_Ninguém, ninguém mesmo.
_Tudo bem, Gláucia.
Ela ficou ainda mais alguns segundos calada tomando coragem.
_Eu fui abusada sexualmente quando era adolescente.
Por aquela eu não esperava.
_O que? – minha voz quase não saiu.

                                                                                              Continua

domingo, 17 de outubro de 2010

Plano em ação



Eu só precisava fazer com que Gláucia falasse.Não seria dificil, eu já tinha tudo planejado.
Terça-feira.
22:00 hs.
Coloquei o gravador dentro da bolsa e entrei no quarto.Como tinha acontecido nos últimos dias, Gláucia não tinha saído.
_Você acabou com a minha vida, Gláucia.Parabéns!-eu disse sentando na cama.
_Eu te avisei, que pena que você não acreditou.
_Por quê?-perguntei quase chorando.-O que eu fiz de mal pra você?
_Você nasceu.
_Gláucia, você foi radical demais dessa vez.Nem as minhas amigas acreditam em mim!
_Viu só?Fiz um favor pra você!
_Você foi baixa, espalhar as fotos pelo colégio... Foi covardia!Eu nunca tirei aquelas fotos.
Gláucia me olhou séria.
_Se você não quiser que eu acabe com o que ainda resta, se afaste de perto de mim.
Respirei fundo e olhei para ela.
_Na mesa do diretor...
Eu disse balançando a cabeça e olhando para minhas mãos.
_Você não esperava por isso não é Mary?Não esperava.
_Eu não esperava que você fosse tão má a ponto de fazer isso comigo.
_Não fiz nada demais, acontece que as pessoas não acreditam em você, elas fizeram todo o trabalho! Eu só tirei as fotos e espalhei!
Eu escondi um sorriso.
Agora eu já tinha tudo que eu precisava.
_Parabéns Gláucia, se você queria minha vida, você vai ter! Eu vou embora para a casa do meu pai.
_Como?
_A minha mãe acha que eu estava querendo chamar atenção e contou tudo para o meu pai, ele decidiu que eu vou morar com ele. Agora você vai ter a minha vida, não era isso que você queria?
De repente Gláucia voltou a ficar distante e o seu olhar ficou vazio.
_Gláucia?-Eu chamei.-Está tudo bem?
Ela então ergueu as mãos e escondeu o rosto.
_Você está chorando?-perguntei me aproximando dela.
Gláucia soluçava.
Eu passei a mão de leve em seu cabelo vermelho. Por mais que ela tivesse aprontado comigo, eu podia ver que ela não estava bem.
_Está tudo bem?-perguntei de novo.
_Eu sou uma idiota.-Gláucia disse sem levantar o rosto.-Eu achei que iria ficar bem quando visse sua vidinha de princesa ir por água a baixo... Mas então por que eu continuo me sentindo tão vazia e sozinha?
Por aquilo eu definitivamente não esperava.
_Mas minha vida não é de princesa.-Eu disse.
_É sim, Mary. Você tem tudo que quer, tem amigas legais, uma mãe amorosa, um irmão chato e um namorado que te adora.
_Mas você também tem!
_Não... Boby terminou tudo comigo!-Ela disse em prantos.
Eu respirei fundo.
_Eu sinto muito, Gláucia.Mas o que houve?
Gláucia ergueu a cabeça e me olhou:
_Pra que você quer saber?-Sua pergunta era totalmente sem maldade.
_Não sei... Talvez eu goste de você.
_Mas por que Mary?Por que você gostaria de mim?
Peguei em sua mão de leve:
_Porque temos o mesmo sangue.-Dizer aquilo me doía mais do que eu imaginava.
Gláucia precisava desabafar, e se a única pessoa que podia ouvi-la era eu, então eu a ajudaria ouvindo tudo e entendendo tudo que se passava no mais íntimo daquele ser.
Eu precisava muito entender o porquê  de tanta maldade em uma só pessoa.
Mas será que eu poderia acreditar no que ela diria?
Seria verdades ou apenas mais um plano?
Eu não podia saber, mas estava disposta a correr o risco.

                                                                                  Continua

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Plano


Para melhor entendimento, leia primeiro AQUI!!!


Depois de tanto chorar, eu estava finalmente adormecendo quando o meu telefone tocou.
Na tela um nome piscava: Eduardo.
Senti meu coração bater forte no peito.
_Oi?-Atendi.
_Mary?Tudo bem com você?
_Não... Está tudo errado, Edu.Tudo!-Disse desesperada.
_Ah, meu amor...-ouvi sua voz e então comecei a chorar.Era tão bom ouvi-lo me chamar assim.-Sai aqui fora, Mary. Tem como?
_O que?
_Eu estou na porta da sua casa.
Sem pensar duas vezes desliguei o telefone e corri para a porta.
Eduardo estava lá, lindo como sempre, com as mãos no bolso da calça.
_Edu!-Eu ainda chorava.
Ele caminhou na minha direção e somente me abraçou.
Como aquele abraço me fazia bem!
_Precisamos conversar.Vamos pra algum lugar longe daqui, Mary.
Concordei balançando a cabeça.
Estava com medo.
_Ei!Por que esse olhar assustado?-Eduardo perguntou tocando o meu rosto de leve.
_Nada não, Edu.
Ele me olhou calado e então disse sorrindo:
_Não vamos terminar o nosso namoro, certo? Não podemos deixar que nada nos impeça de ser feliz!
Eu sorri e o olhei apaixonada, ele devolveu o sorriso:
_Você não achou que eu iria abrir mão de você, achou?
_Ah, Edu...
_Mary... Você ainda não percebeu o quanto eu te amo?Eu não batalhei tanto por você pra chegar agora e te deixar ir.Principalmente agora que as coisas não estão dando certo.
Por que Edu tinha que ser sempre tão perfeito?
Puxa, ele era exatamente tudo que eu sempre sonhara...
Caminhamos para a praça e eu contei tudo que tinha acontecido.
_Não, você não pode ir embora Mary. Não pode!
_Eu não quero ir.-disse com os olhos baixos.
Eu tinha medo de voltar a ver André e descobrir que ainda o amava. Mas essa parte eu não podia dizer a Eduardo.
_Vamos fazer como nas novelas!-Eduardo disse com um sorriso maroto.
_Como?-perguntei curiosa.
_Oras... Você me disse que a Gláucia não finge pra você, então vamos gravar uma conversa de vocês duas!
_Estou entendendo.
_Ótimo! Vou comprar um  gravador e te entrego amanhã.Você só tem que conversar com Gláucia e fazer com que ela fale tudo que ela aprontou com você. Depois é só mostrar a gravação pra todo mundo.
_Edu, você é um gênio!-Eu disse feliz o enlaçando pelo pescoço.
Ele sorriu contente.
Não via a hora das coisas finalmente se ajeitarem.

                                     ; ) Esperançosa
___________________________________________

Oi geeente!!!! 
Tudo bem com vocês?
Comigo está tudo bem...
Bom... Hoje vou postar um meme super bacana que ganhei da Carolinne do blog I Love you. O blog dela é tudo de bom!! Sem mentira nenhuma!!! Então dê uma passadinha lá, tenho certeza que não se arrependerá!!
O meme é responder essas perguntas:

1.Quais os tipos de música que estão no seu MP3?
R: Kelly Clarkson, Joss Stone, Sandy Leah, Pimentas do Reino, Palavrantiga, André Valadão, Demi Lovato, Taylor Swift ... E muuuito mais. Tem um  pouco de tudo no meu MP3!! rsrs' 
2.Qual a última música nova que ouviu e gostou?
R: Disfarce - Arianne
3. O que você acha do preconceito musical?
R: Qualquer tipo de preconceito é ruim... Existem vários tipos de músicas, então é importante saber respeitar as diferenças. Todo mundo gosta do que quer!
4.Quando escuta uma música você gosta mais do ritmo dela, ou do que fala na música?
R:Os dois. Acho que tudo é uma combinação! Não adianta nada eu gostar do ritmo e a letra for horrível, ou gostar da letra e não gostar do ritmo. Preciso gostar dos dois!
5.Qual a pior música que já ouviu?
R: Vixii... Fica até dificil responder porque existem músicas que só a misericórdia. Gosto de músicas com letras criativas. Ou seja, não gosto de Créu, Delícia.. nada do tipo! Pra mim, música tem que ter uma bela letra!!
Então, o meme é esse.
Indico esse meme para todas os blogueiros que assim como eu, são APAIXONADOS por MÚSICA!!! Então, ama música? Pode levar o meme e postar no blog!!!
Obrigada por todos os comentários!! E desculpa pelo post grandinho... rs'

>>>> Comentem sobre a história!! Quero saber tudo, tudo, tudo que estão pensando!!!!
Muuuitas Beijokinhaaaas!!!!

sábado, 9 de outubro de 2010

Decisão


  Para melhor entendimento, leia primeiro AKI!!!



Ainda segunda-feira.
Passei a tarde trancada dentro do quarto.
A única coisa que eu podia ouvir era o meu próprio coração.
O céu já estava escuro quando minha mãe bateu na porta do quarto e entrou.
_Conversei com seu pai.-ela disse seca.
Isso não era novidade pra mim, o que eu queria saber era em qual decisão os dois tinham chegado.
_Quanto tempo vou ficar de castigo?-perguntei sem olhar para ela.
_Mary... Dessa vez não vai haver castigo.
Levantei a cabeça e a olhei:
_Qual é a piada?-Perguntei sem compreender.
_Chegamos a uma conclusão e achamos que talvez seja a melhor escolha agora.
_Qual decisão? O que vão fazer comigo?
_O seu pai quer que você vá morar com ele.
Fiquei em choque.
Eu não podia estar ouvindo certo, podia?
_Mary?-Mãe me chamou.
Eu estava sem palavras, precisava pensar.
_Eu não queria isso, mas ele me convenceu que talvez seja a melhor decisão a tomar.
_Mas e o colégio?-Perguntei sentindo meus olhos ficarem banhados de lágrimas.
_Ele vai conseguir uma vaga pra você lá.
_E o vestibular?
_Você pode estudar lá, talvez seja até melhor.
_Mãe... –eu disse chorando.-Eu não posso ir, a minha vida é aqui!
_Desculpa, Mary. Agora tem que ser assim.
_Mas e Eduardo?
_Bom... Vocês dão um jeito, eu não sei!
_Você não me quer mais, mãe?-perguntei sentindo meu coração apertar.-Foi tão grave assim o que eu fiz?Eu te machuquei tanto?
Ela caminhou na minha direção e foi então que eu vi que os seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar.
_Vou sentir sua falta, minha filha. Eu te amo muito e por isso eu acho que talvez seja melhor você ir passar um tempo com ele, só um tempo.
Eu a abracei chorando.
_Não desista de mim, mãe.-pedi chorando.
_Nunca, querida. Jamais vou desistir de você! Ah, como vou sentir sua falta!
Ficamos abraçadas por um tempo.
Eu sabia que nada do que eu falasse iria mudar aquela situação, sabia também que a minha mãe não estava feliz... E a culpa talvez fosse toda minha, eu jamais deveria ter subestimado Gláucia.

                                                                                  Continua

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Uma surpresa na saída


Para melhor entendimento, leia AKI!!!
 
Quando a aula terminou eu fui logo recolhendo minhas coisas e saindo da sala.
Não tinha ido ver Eduardo na hora do recreio, se ele precisava de tempo para pensar, ótimo. Eu não correria atrás dele para provar minha inocência.
Nane e Lipa não me procuraram mais, eu também não as queria ver. Apesar que esperava que elas fossem até mim pedir desculpas, mas isso não aconteceu.
Estava saindo apressada do colégio quando senti uma mão segurar forte o meu braço.
_Mãe?Você aqui?-perguntei muito surpresa.
_Vamos logo para casa, Mary!
Foi a única coisa que ela disse.
Eu não sabia o que a minha mãe estava fazendo no colégio, mas eu podia imaginar que coisa boa não seria.
Entrei no carro e ela dirigiu todo o tempo calada.
Meu coração batia forte demais no peito, minha respiração estava totalmente descompassada... Eu estava com medo.
Ao chegarmos em casa, minha mãe apontou o sofá sem nada dizer.
Sentei e fiquei esperando a bronca.
Ela abriu sua bolsa e retirando um envelope, jogou no meu colo.
_Isso estava em cima da mesa do diretor hoje. Você pode me explicar, ou é pedir demais?
Minhas mãos tremiam ao abrir o envelope.
Mais fotos.
As mesmas fotos só que impressas... Muitas fotos.
_Eu não sei... Mãe, eu não fiz!-Tentei dizer, mas o choro me atrapalhava.
_Mary!Por que isso agora?-Ela perguntou sentando a minha frente.-O que está acontecendo?Eu não estou te dando carinho?
_Hã?
_É... Por que você está querendo chamar a atenção?
_Eu não estou...
_Conversei com o diretor e chegamos a conclusão que essa é a única explicação. Você está querendo chamar atenção de todo mundo pra você. Mas o mais estranho é que  você sempre foi uma criança tão quieta, nunca quis chamar atenção e agora... Agora depois de crescida você resolve fazer isso?
_Mãe... – eu queria explicar, mas ela não deixava.
_Você sabe com que cara eu fiquei na frente do diretor ao ver essas fotos?Você foi longe demais, Mary!Longe demais! O que está acontecendo?Por que essas fotos?Pra que chamar atenção?
Abri a boca para dizer que Gláucia tinha armado tudo.Mas me calei.
Se as minhas amigas que sabiam de tudo não acreditaram em mim, como a minha mãe, que achava que Gláucia fosse um anjo, iria acreditar em mim?
_Não vai dizer nada, Mary?
Apenas balancei a cabeça negando.
_Vá para o seu quarto!
Eu obedeci.
Eu tinha virado motivo de vergonha para minhas amigas, para meu namorado e agora para minha família.
Eu já sabia o que a minha mãe faria. Sempre que acontecia qualquer problema que ela não conseguia resolver sozinha, ela ligava para o papai.
Agora o que meu pai faria, isso eu não podia imaginar.

                                                                                  Continua

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