segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Daisy fala

***Para melhor entendimento, leia antes o post Daisy.


Fiquei parada de boca aberta sem saber o que fazer.

Daisy caminhou em minha direção, como estava linda!

Seus cabelos pretos brilhavam e sobre a testa uma maravilhosa franjinha dava ainda mais charme. Daisy agora estava alta e não mais era seca como oito anos atrás, o seu corpo era perfeito.

Ela vestia roupas lindas e estava de salto alto, muito arrumada.

_Mary, quanto tempo!-sua voz era suave e parecia melodia aos ouvidos.

Ela me abraçou e eu fiquei ali parada, me sentindo uma completa idiota. Eu me sentia suja e feia perto de tanta beleza.

_Queria ter vindo antes te ver, mas estava tudo tão complicado.

Sentamos no sofá.

_Você ainda se lembra de mim, Mary?

_É claro que sim, Daisy. Não vou dizer que lembro muito, muito... Afinal ainda éramos crianças.

_Claro. Também seria impossível você se lembrar muito de mim.

_Por quê?

_Ora Mary, você nunca soube nada da minha vida. Era sempre você e a sua paixão, o André, eu sempre fiquei em último plano, então é natural mesmo que você não saiba nada sobre mim.

Fiquei calada, tentando entender tudo que tinha acabado de ouvir.

_Eu sempre fui muito feliz em ser sua amiga, Mary. Eu me sentia extremamente honrada por ser amiga da menina mais encantadora da cidade. Todo mundo gostava de você, e eu?Ninguém sequer sabia meu nome, eu era apenas a amiga de Mary.

Eu não tinha nada para dizer, nada a declarar. Então fiquei calada apenas ouvindo.

_Eu era sua sombra Mary, você brilhava e eu apenas estava lá. Mas, sabe, eu era criança e não entendia que nasci pra brilhar, então, eu ficava contente em ser apenas sua sombra.

_Eu nunca tive a intenção...

Ela me interrompeu:

_Quando você foi embora, eu chorei muito. Mas o tempo passou, o meu pai morreu... Você sabia?

_Não... Sinto muito Daisy.... Sinto muito.

_Ele morreu um ano depois que você foi embora e a minha mãe ela se casou de novo. Casou-se com um homem muito rico, dono de uma importante empresa. Eu tinha apenas dez anos. O meu padrasto ele tem uma filha, a Angélica, que tem a mesma idade que eu.

Eu não conseguia entender onde ela queria chegar contando isso pra mim.

_Angélica percebeu que eu estava sendo apenas sombra, ela então me transformou, me deu dicas de modas... Fez-me nascer de novo. Agora sim, Mary, agora eu sou feliz de verdade.

_Eu jamais tive a intenção de te fazer sombra.

_Hoje as pessoas me conhecem pelo meu nome, eu passo e todos olham pra mim.

_Eu não queria te fazer... -tentei dizer mais uma vez.

Ela me interrompeu novamente:

_Eu estou falando isso, Mary, porque eu quero que saiba que só continuaremos a ser amigas, se você aceitar uma amiga que brilha... Eu não vou mais permitir que você me ofusque. E então?Você aceita essas condições, ou apenas fingiremos a partir de agora que não nos conhecemos?

Olhei pra Daisy séria, ela estava conseguindo fazer com que eu me sentisse a pior pessoa do mundo.

Continua....


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