terça-feira, 27 de abril de 2010

De volta para casa


Para melhor entendimento, leia AQUI!!!

            Gláucia voltou e sentando perto de Boby os dois começaram a se beijar e não pararam mais.
            Eu fiquei em meu canto e Caco no dele, nem pareciamos um casal.
            Suspirei aliviada quando serviram o jantar e passei o restante do tempo calada e quieta no meu canto.
            Já estávamos terminando a sobremesa quando Gláucia voltou a me provocar:
            _E Eduardo, Mary? Está tudo bem com ele?
            Ergui as sobrancelhas sem entender o motivo da pergunta que fora totalmente inesperada.
            _Por que você está perguntando isso?
            _Mary... Todos nós sabemos que Eduardo é apaixonado por você, ele deve estar morrendo de ciumes agora.
            Olhei para Caco preocupada.
            Caco sempre fora muito ciumento e no ano passado ele já havia ciumado de Eduardo quando fiquei conversando com ele na biblioteca.
            Fiquei ainda mais preocupada com a falta de reação de Caco, ele sequer se mexeu na cadeira.
            _Claro que não, Gláucia. Eduardo é o meu amigo e me ajuda com os estudos... Você não fica estudando com Caco?Então eu fico estudando com Eduardo.Nada demais...
            Gláucia sorriu maliciosamente:
            _Só gostaria de saber se o amor que ele sente por você é correspondido...
            Senti minhas mãos tremerem e abracei Caco para ter certeza que ele não estava acreditando em Gláucia, mas ele continuou imóvel, então eu me afastei decidida a contar uma mentira:
            _Você está profundamente enganada, Gláucia. Eduardo está saindo com Nane e os dois se amam. – Menti.
De qualquer forma eu iria fazer com que os dois ficassem juntos, então não era uma mentira tão grande assim... Só precisaria apressar para que os dois saissem juntos logo ou do contrário eu poderia me ferrar.
Gláucia se deu por vencida e voltou a fazer carinho em Boby que retribuiu apaixonado.
Caco mal me olhava e eu sabia que alguma coisa não estava bem.
            Eles nos deixaram na porta de casa e Caco saiu do carro para se despedir de mim, enquanto Boby e Gláucia se beijavam dentro do carro.
            _E então?Você vem me ver amanhã né?Afinal é domingo.
            Caco sempre ia me ver aos domingos, isso já era costume.
            _Eu vou com uns amigos para o clube, vamos passar o dia lá, não sei que horas vou chegar, então...
            _Você não virá?-Perguntei muito surpresa.
            _Não...
            _Posso ir para o clube com vocês então né?Vamos nos divertir um monte!
            Estava disposta a lutar pelo meu namorado. Não que fizesse questão de ter o Caco ao meu lado, mas é que fazia questão de ver Gláucia mordendo a língua e mudando de nome.
            _Você não vai gostar. Vamos ficar o tempo todo jogando bola, vai se entediar.
            _Então não vai nenhuma garota?
            _Não.-Ele disse pensativo.
            _Então ta. Nos vemos na segunda então?
            _Sim.
            _Divirta-se amanhã.-Disse o beijando na boca.
            Como Caco estava diferente!Era incrivel que ele tivesse mudado tanto de uma hora para outra.
            O beijo foi frio. Caco se afastava de mim cada vez que eu tentava fazer o beijo ficar mais quente.
            _Você não acreditou naquela história sobre Eduardo não é? Nada haver, nós dois somos amigos, não sei da onde Gláucia tirou isso.
            Caco ficou ainda mais distante quando falei em Eduardo.
            _Conversamos na segunda, eu estou muito cansado agora.
            Ele se afastou sem sequer olhar para mim.Foi nesse momento que eu tive a certeza de que Caco acreditava sim que eu tinha um caso com Eduardo, o que era totalmente mentira... Gláucia com certeza teria inventado alguma coisa para ele e eu não podia fazer nada, pois não sabia o que era.
            Corri para o meu quarto e tentei dormir o mais rápido possível, não queria conversar com Gláucia.
            Estava tão cansada que adormeci rapidamente e não vi quando ela entrou no quarto, se é que ela entrou....

                                                                                               Beijinhos

domingo, 25 de abril de 2010

Restaurante

            
Para melhor entendimento, leia primeiro AQUI.

            _Claro que não.-Disse tentando parecer calma e legal.-Eu vesti sim o meu melhor vestido. Nisso você tem razão, Gláucia. Mas não vesti pra competir com você, vesti porque a ocasião pede um vestido especial, afinal não é todo dia que eu saio com o meu príncipe e o meu cunhado para ir no meu restaurante favorito, que cá pra nós é o melhor da cidade.
            Minha voz falhou ao dizer que Caco era meu príncipe, mas creio que ninguém percebeu o tamanho da mentira que saira dos meus lábios.
            Todos ficaram calados e eu olhei para Caco esperando um beijinho de agradecimento pelo elogio que tinha feito a ele, mas ele só me olhava triste.
            Caco estava diferente, eu podia perceber. Não tinha feito nenhum elogio para mim, mal tinha falado comigo e  nem sequer me beijara nos lábios.Para mim era impossível lutar por um relacionamento sozinha, era por isso que estava desisitindo da luta e entregaria Caco de bandeija para Gláucia.
            Entramos no restaurante e nos sentamos.
            Não demorou muito e a garconete apareceu.
            _O que vão querer para beber?-Ela perguntou animada.
            Gláucia sorriu:
            _Por favor, bebida sem álcool, porque quando a minha priminha bebe ninguém aguenta.-Ela disse rindo. A garçonete me olhou segurando a risada.-E também sem gás, Mary tem muitos problemas com isso e eu sei disso porque eu durmo com ela durante a noite... Ela solta gases a noite toda, eu é que sofro!
            Dessa vez eu senti meu rosto ficar muito vermelho e todos olharam para mim constrangidos.
            _É brincadeira dela.-Disse tentando levar na esportiva, mas era impossivel diante do olhar desafiante de Gláucia.
            Fizemos o pedido e a garçonete se afastou.
            _Gláucia, por favor não faça mais isso.-Pedi.
            Ela riu:
            _Mas por que Mary?
            _Porque é mentira.-Eu disse séria.
            Caco me abraçou.
            _Tudo bem, Mary. Ninguém é perfeito.
            Olhei com ódio para Caco, então ele acreditava nas mentiras de Gláucia?
            _Eu não tenho problemas de estômago, então eu acho que a Gláucia deve ter se enganado.-Disse com muita raiva.
            Caco me beijou no rosto e sussurrou:
            _Você está me envergonhando.
            Fiquei triste ao ouvir aquilo de Caco e me encolhi.
            Como eu podia envergonha-lo se eu nem ao menos fizera nada?
            Fiquei de pé e pedi licença.
Caminhei para o toalete e me olhei no espelho triste.
            Retoquei a maquiagem e fiquei parada sem querer voltar para a mesa quando Gláucia entrou:
            _Olá Mary?Divertindo muito?
            _Você é ridicula!-Disse baixo.
            _Eu disse que iria acabar com a sua vida, não disse?É só o começo.
            Eu ignorei o que ela tinha acabado de falar e ia sair do banheiro quando a ouvi dizer:
            _Você odiou o novo visual do Caco não é?
            Continuei calada.
            _Eu que o convenci a pintar o cabelo daquela cor, ele estava constrangido e duvidoso, mas eu o convenci bem... Sabia que a minha mãe é cabelereira, Mary?Foi com ela que eu aprendi o suficiente para pintar o cabelo de Caco. Ele te contou?
            _Eu não acredito em você, Gláucia. Você não passa de uma mentirosa!
            _Ótimo. Então vá até lá e pergunte você mesma a ele.Eu só te disse isso porque eu achei que ele já tivesse te contado, mas acho que falei demais né?
            Sai do banheiro com muita raiva e voltei para a mesa.
            Boby me olhou sério:
            _Gláucia estava lá?Ela já vem?
            Olhei com muito ódio para ele e disse:
            _Por mim ela morria afogada dentro do vaso, mas como ela é minha prima...
            Boby olhou para mim com raiva e virou o rosto.Caco me beliscou e eu o olhei séria.
            Antes de começar uma briga, eu respirei fundo e me lembrei que só precisava ficar com Caco mais uma semana, ou do contrário Gláucia venceria de novo.
            _Eu gosto muito de você Caco e não quero te perder.-Disse o abraçando com força.
            Ele passou a mão na minha cabeça e beijou minha testa.
            _Tudo bem, Mary. Eu te perdoo.



                                                                                              Continua

sexta-feira, 23 de abril de 2010

A estrela que mais brilhou...


Leia primeiro AQUI.

             Escolhi o meu melhor vestido.
            Vesti um vestido dourado justo e curto.Um decote razoável, nada exagerado, atras aberto mostrando as costas, e além é claro de alguns bordados que deixavam o vestido divino!
            Cabelo solto, maquiagem pronta, sapato e... Não faltava mais nada, estava pronta para ser a estrela da noite.
            Saí do banheiro e para minha surpresa não encontrei Gláucia no quarto, ela já devia ter ido para o portão se encontrar com os garotos que esperavam no carro, imaginei.
            Peguei minha bolsa e saí do quarto.
            _Mary, como você demorou!-Ouvi a voz irritante de Gláucia.Ela estava encostada na parede do corredor.
            _O que está fazendo aí?-Perguntei com raiva.
            Ela riu:
            _Te esperando. Quero ir junto com você, sabe, para parecer que somos amigas.-Ela disse com sarcasmo e eu logo percebi que ela devia estar planejando alguma coisa.
            Caminhamos juntas para o portão e saímos para a rua.
            Caco e Boby estavam encostados do lado de fora do carro e conversavam.
            Assim que aparecemos, os dois se calaram e olharam em nossa direção.
            Eu dei o meu melhor sorriso, mas ninguém olhou para mim.
            Nem mesmo Caco.
Todos os olhos se voltaram na direção de Gláucia e só então eu percebi qual era a intençao dela em aparecer comigo. Ela queria me mostrar que nem mesmo o meu namorado olhava para mim.
            Gláucia vestia um vestido preto muito mais justo que o meu e também mais brilhante.Ela estava tão maravilhosa que até parecia uma deusa encantada.
            Sorri sem graça quando Caco pegou em minha mão e me conduziu para o carro.
            Minha noite já havia acabado e eu estava terrivelmente triste.
            Assim que Boby deu partida no carro, Gláucia tirou um pequeno espelho de dentro da bolsa e ao se olhar comentou:
            _Estou me sentindo tão feia hoje.
            Eu sabia onde aquela conversa chegaria e senti minhas mãos tremerem de raiva.
            _Você é sempre linda.-Boby disse com um sorriso apaixonado.
            Olhei para Caco esperando que ele me elogiasse também, mas ele só se limitou a sorrir para Gláucia.
            _Vocês acham mesmo?O que você acha Mary?-Ela perguntou se virando para mim.
            Eu forcei um sorriso, e tentei falar alguma coisa, mas a voz não saiu.
            _Tudo bem Mary, não precisa dizer nada. Eu sei que você deve estar arrasada, achou que podia competir comigo e vestiu o melhor vestido... Que pena que nem o Caco conseguiu desviar os olhos da minha beleza!
            Boby riu baixo e eu me senti incrivelmente idiota e feia.
            O pior de tudo era que o besta do Caco também ria.

                                                                           Continua

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Mudança de Planos

            Sábado.
            Acordei cedo para estudar, Gláucia ainda dormia quando me levantei. O que para mim era excelente, desde a nossa conversa séria de ontem não nos falamos mais e eu não estava a fim de fazer isso tão no cedo.
            O dia passara voando e já estava quase chegando de noite quando abandonei os livros cansada e caminhei para o quarto.
            Gláucia estava na cama e cutucava a unha com um alicate.Ignorei que ela estivesse ali e abri o guarda-roupa pra escolher uma roupa para minha noite especial com o Caco. Foi quando a porta se abriu e mamãe entrou:
            _Caco está lá na sala e quer falar com você, Mary.
            _Comigo?-Perguntei surpresa.-Mas combinamos de nos encontrar oito horas  e ainda nem deu seis.
            Mamãe sorriu:
            _Acho melhor você ir ve-lo, deve ser importante.
            Obedeci e caminhei para a sala.
            Caco estava sentado e ficou de pé assim que me viu.
            _Oi minha linda!Precisamos conversar.
            Respirei fundo. Será que Gláucia tinha convencido Caco a terminar tudo comigo?
            _Tudo bem, Caco. Aconteceu alguma coisa?-Perguntei preocupada.
            Nos sentamos no sofá e ele segurou minhas mãos.
            _Você se importa se mudarmos os nossos planos de hoje?
            _Por que Caco?Apareceu algum outro compromisso pra você?
            _Não, não é nada disso.
            Eu o olhei angustiada:
            _Então diz logo o que é.
            _Gláucia deu a ideia de fazermos um encontro de casal, nós dois, ela e o Boby.
            Sim, claro que só podia ter o dedo de Gláucia.
            _Caco... Eu estava tão ansiosa para ter um encontro romântico com você...
            _Vamos ter outras oportunidades Mary. Eu acho que vai ser muito legal se sairmos juntos, afinal Gláucia é sua prima e Boby meu irmão.
            _Não, Caco!-disse firme.-Eu não suporto a Gláucia e você tem que entender isso.
            Ele respirou fundo.
            _Só hoje, Mary. É muito importante pra mim, por favor.
            _Ah...
            _Podemos ir no seu restaurante favorito e você nem precisa conversar com Gláucia, finge que ela nem foi.
            _Isso é um pouco dificil.
            _Mary... Boby ficou tão animado com a ideia, eu também gostei... Você vai querer estragar tudo?
            Respirei fundo.
            Talvez era exatamente isso que a Gláucia queria. Que eu rejeitasse a ideia e causasse péssima impressão no Boby que criticaria Caco por ter uma namorada assim.
            Eu estava disposta a não deixar Gláucia vencer. Não dessa vez.
            _Tem razão Caco, é uma ótima ideia.
            Ele sorriu muito alegre:
            _Então podemos contar com você?
            _Claro que sim. Mas vamos no nosso restaurante favorito não é?
            Ele concordou e me beijou com carinho.
            Voltei para o quarto cantando, queria que Gláucia visse como eu estava feliz... Apesar disso não ser uma verdade totalmente verdadeira.
            Mamãe conversava com Gláucia e sorriu ao me ver:
            _Querida, a Gláucia me contou que vai sair com vocês hoje.
            _Ah é?E ela contou que o Boby também vai?-Perguntei disposta a queimar o filme dela.
            Mamãe sorriu:
            _Contou. Ela disse que está saindo com ele e que talvez vão namorar.. Isso é tão bom!-Minha mãe disse empolgada.-Vocês vão entrar para a mesma família!
            O que parecia ser maravilhoso para ela, para mim era o fim do mundo.
            Grudei minha toalha e caminhei para o banheiro.Gláucia sorriu:
            _Se arruma direitinho priminha. Temos que ficar bonitas!
            Ouvi um gritinho empolgado da mamãe.
            Como Gláucia é falsa!Então é assim né?Perto de mãe eu sou a priminha muito amiga, mas longe dos olhos dela...
            De qualquer forma, hoje é o meu dia e eu estou disposta a brilhar mais do que Gláucia. 
            Hoje todos os olhares se voltarão para a minha direção.


Continua

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Lista Negra


Para melhor entendimento, leia primeiro o post anterior.

_Olá, minha prima do coração!-Ela conseguiu ser mais chata do que de costume.-Já sabe da novidade?
            Fingi que ela não estava falando comigo e voltei a ler o livro.
            _Mary, você não vai conseguir me ignorar por muito tempo, então acho melhor falar logo comigo.
            Continuei calada, Gláucia não se deu por vencida.
            _Foi mais fácil do que eu imaginava, sabia?Pelo jeito que você tinha falado comigo, cheguei a acreditar que fosse mesmo impossível...-Ela riu alto.-Talvez as coisas fossem mesmo complicadas pra você e suas amiguinhas não é?Soube que a Nane é apaixonada pelo Boby, estou morrendo de pena dela... Chega a garota novata e em um minuto passa a mão no doce das garotinhas sem nenhuma dificuldade.
            Gláucia ria muito contente.
            _Pra você foi muito fácil com certeza, você só conseguiu ficar com ele por causa do Caco. Jogo baixo e sujo.-Eu disse largando o livro.
            Gláucia me olhou com ódio, então eu aproveitei.
            _Se não fosse pelo Caco, você  jamais teria conseguido alguma coisa com o Boby.Você não é assim tão irresistivel.
            Ela se abaixou um pouco e olhando bem nos meus olhos fez o número dois com os dedos.
            _Lição número dois, nunca duvide da capacidade de uma ruiva.
            Eu gargalhei alto:
            _Uma ruiva de farmácia?E o que você vai fazer?Vai contar pra minha mamãe ou pro Boby?Não, vai contar pro Caco né?-Disse com sarcasmo.
            Ela me olhou ainda mais firme e eu podia ver a raiva nos olhos verdes dela:
            _Você está duas vezes na minha lista.
            _Sério?Que medo...
            _Duas vezes porque, número um, eu não gostei nem um pouco dessa sua cara de santa fingida, número dois, você duvidou de mim.
            _Gláucia, faça me o favor, finge que eu não existo.Estou pouco me importando com as suas listinhas, faça com elas bom aproveito.
            _Você não sabe com quem está se metendo...
            _Desculpa, deveria saber?-Perguntei com um sorriso cínico.
            Gláucia se abaixou e olhou nos meus olhos:
            _Eu vou acabar com a sua vida, Mary! Definitivamente você não me conhece, e eu lamento informar que eu não sou tão legal quanto pareço ser.
            Gargalhei alto:
            _Quem disse que você parece legal?-Então parei de rir e disse séria.-Olha Gláucia, eu quero muito passar no vestibular, então não vou ficar perdendo tempo com você. Se você quer acabar com a minha vida, acabe!Estou até ansiosa para ver do que você é capaz.
            Ela me olhou desconfiada.
            _Mas já vou avisando que não vai conseguir o que quer.-Completei.
            _O que você acha que eu quero?
            _Ficar disputando comigo, brigando feito criança. Pra mim você nem existe e vai ser sempre assim!Eu não vou entrar nos seus joguinhos.
            Gláucia riu alto:
            _Mary, Mary, Mary... Tudo o que eu quero é acabar com a sua vida, você não precisa fazer exatamente nada pra me agradar... Eu só te aviso de uma coisa, tudo que eu quero eu consigo.
            Nesse momento a porta se abriu e Caco entrou com lanches na mão.
            _Sabe de uma coisa, Mary?-Gláucia perguntou com um risinho.-Vou começar pelo Caco, acho que ele merece uma namorada melhor.
            _O que Caco sente por mim é muito forte para ser distruido por você, Gláucia.
            Ela riu:
            _Já vi que você não conhece mesmo seu namorado. Mas tudo bem, eu te dou esse fim de semana pra se despedir, porque na semana que vem você não estará mais com ele.
            _Ah é?-Perguntei incrédula.
            _Ou é isso, ou eu não me chamo Gláucia.
            _Ótimo, acho melhor começar a pensar em um nome novo.-Disse rindo.
            Caco se aproximou com um sorriso e nós duas nos calamos.
            Gláucia estava disposta a acabar com minha vida, mas sinceramente eu duvidava que ela estivesse falando sério.
            Caco se sentou perto de mim e Gláucia saiu da sala.
            _Escuta, o que acha de um jantar romantico amanhã?Só nós dois no seu restaurante favorito?-Caco perguntou com um sorriso encantador.
            Correspondi ao sorriso e concordei com um beijo.
            Gláucia estava profundamente enganada, afinal Caco estava até programando um jantar a dois, muito romântico.
            O meu relacionamento com Caco não estava dos melhores, mas eu só precisava aguentar firme por mais uma semana e então eu poderia rir alto na cara de Gláucia.

;-) Determinada

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Gláucia e Boby


            As novidades apareceram mais rápido do que eu imaginava.
            Hoje é Sexta-feira e faz apenas quatro semanas que estou dividindo o quarto com a Gláucia.
            Quatro infernais semanas longe de André.
            Acordei alegre, o sol brilhava pela janela, os pássaros cantavam, tinha tudo para ser um dia perfeito e não seria a presença de Gláucia que estragaria o meu dia.
            Ou pelo menos era assim que eu pensava.
            Estava entrando no colégio quando Nane correu em minha direção.
            _O Boby está ficando com aquela sua prima de cabelos vermelhos!-Ela disse com muita raiva.
            Olhei para Caco, ele parecia não perceber a gravidade do problema.
            _A culpa é sua!Foi você quem juntou os dois não foi?-Nane perguntou para ele.
            Era visivel que Nane estava péssima, ela sempre tinha sido louca por Boby, e nunca havia acontecido nada entre os dois porque Boby não se envolvia com garotas do colegial.
            _Caco?Foi você?-Perguntei soltando sua mão.
            Caco me olhou surpreso:
            _Qual é o problema com vocês duas?Eles são adultos, sabem muito bem o que fazer... Vocês duas estão parecendo duas crianças, duas adolescentes com assanhamento!Se Boby quer ficar com ela, deixa ele fazer isso.
            _Mas Caco, ela não é universitária!-Nane disse colocando as mãos na cintura.
            _E daí?Gláucia é uma garota legal. Vocês podiam ir cuidar da vida de vocês e deixar eles em paz.-Caco parecia muito chateado.
            _Caco...-Eu segurei em sua mão.-Isso tem mais a ver com a gente do que você imagina.
            _Por quê?
            _Certo.-Eu disse determinada.-Agora Gláucia vai jogar na minha cara que ninguém resiste ao charme dela, ela venceu!Gláucia só ficou com o Boby para provar pra mim que ela pode qualquer coisa.
            Caco ergueu as sobrancelhas e riu:
            _Isso é ridiculo!
            Eu olhei para Nane e ela percebeu que agora era um assunto de casal, então se afastou.
            _Pode ser ridiculo, mas eu não entrei nessa sozinha.
            _Olha Mary, eu não juntei ninguém. Gláucia e eu somos amigos, ela foi lá em casa algumas vezes, numa dessas ele a conheceu e gostou dela.Simplismente aconteceu.
            Eu respirei fundo.Caco se aproximou de mim e me beijou:
            _Eu preciso ir estudar.-Ele disse antes de se afastar.
            Assim que Caco desapareceu, Nane correu de novo para perto de mim.
            _Ela virou a garota mais popular desse colégio.Você precisava ver, Boby veio com ela de mãos dadas e quando chegou no portão eles ficaram meia hora trocando beijinhos. Foi horrível!
            _Ela vai jogar isso na minha cara. Eu sei.-Eu disse pensativa.
            _O pior de tudo é que eu continuo sozinha.Onde eu vou encontrar alguém lindo e inteligente como o Boby?Ele faz medicina!-Nane disse fazendo drama.
            Não pude deixar de rir e então a abracei com carinho.
            _Eu sei de um cara que é tão bonito como o Boby e que faz medicina na mesma faculdade que ele.
            _Quem?
            _Eduardo.Vai me dizer que você não se lembra dele?Da biblioteca...
            Nane riu:
            _Não... Você lembra que eu tentei ser legal com ele no ano passado, mas ele não se interessou.
            _Vamos Nane, agora ele é meu amigo. Vejo ele toda noite, vou falar com ele pra você.Pode ser?
            _Falar o que?
            _Hum... Deixa que eu cuido disso.
            Rimos alegres.
            A parte de Nane está acertada, arrumarei Eduardo para ela.
O problema agora é comigo.
            Não queria ver Gláucia tão no cedo, sabia que ela estava louca para me encontrar e esfregar tudo na minha cara.Não apareci em casa na hora do almoço, fui para casa de Nane e depois fui para o cursinho.
            Eu sabia que não poderia fugir da Gláucia por muito tempo principalmente porque eu passava praticamente vinte e quatro horas do dia nos mesmos lugares que ela, mas quanto mais pudesse evitar, melhor.
            Estava sentada lendo meu livro dentro da sala de aula no horário do intervalo do cursinho quando ouvi passos. Ergui a cabeça imaginando que fosse Caco com o lanche, mas me deparei com Gláucia caminhando na minha direção como se estivesse numa passarela.
            Dessa vez eu não poderia fugir.

                                                                                     Continua

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