quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Fotos indecentes


Segunda-feira.
Acordei feliz.
Essa felicidade já estava virando rotina na minha vida, um mês de namoro com Edu e desde então eu ainda não tinha acordado triste ou arrependida com o relacionamento. Essa era uma rotina que não me entediava.
Fui para o colégio com ele.
Edu passaria a manhã na biblioteca, isso significava que eu poderia vê-lo durante o recreio.
Entramos no colégio e então ouvi o telefone tocar.
_É o meu.-Edu falou tirando o celular do bolso.
_Mas o meu também vibrou.-disse surpresa.
Tirei o telefone da bolsa e olhei o que era.
_Alguém mandou fotos por bluetooth.-Eu disse sem entender.
Eduardo permaneceu calado.
_Ei!Mas são fotos...
Eu mal podia acreditar no que estava vendo.
_Que fotos são essas, Mary?-Eduardo perguntou nervoso.
_Eu não sei...-disse com a voz falhando.
Eram muitas fotos, fotos minhas...
Nas fotos eu estava vestida apenas com  peças íntimas.
_Mary... Por que isso?-Edu perguntou.
_Eu não sei Edu... Eu não sei que fotos são essas, eu juro que nunca tirei foto dessa maneira.
Foi então que ergui os olhos e percebi que todos do colégio me olhavam rindo.
Três meninos passaram e um deles disse sorrindo para Eduardo:
_Você está com tudo cara, ela é gostosa!
_Sou o próximo da fila, viu?
Eu não precisava olhar para Edu pra saber que ele não estava gostando daquilo.
_Edu!Eu não sei como isso aconteceu.
_Mary, são fotos suas!
Eu escondi o rosto com as mãos, foi então que me lembrei de tudo...
_Foi a Gláucia!Sábado eu troquei de roupa e ela estava no quarto, ela tirou as fotos sem eu perceber.
_Por que ela faria isso?
_Pra acabar com minha vida!
_As fotos não parecem espontâneas... Você está olhando para a câmera e sorrindo.
_Claro!Edu eu estava conversando com Gláucia, olhando para ela, eu não sabia que ela estava tirando fotos.
Ele respirou fundo.
_Você acredita em mim não é?-Perguntei preocupada.-Você prometeu que Gláucia não iria nos separar!-Estava desesperada, não queria perdê-lo.
_Eu preciso ir pra biblioteca, conversamos depois.
_Edu...-Chamei.
Foi inutil. Ele se afastou triste e de cabeça baixa.
As pessoas me olhavam e conversavam sobre as fotos.
Eu nunca me senti tão péssima.
No meu peito, o coração se comprimia de dor.

                                                                       Continua

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