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Despedi de Edu no portão e entrei em casa.
Minha mãe continuava na sala, dessa vez brincando com Carlinhos.
_Ah, chegou né?-Ela disse com um sorriso malicioso.
Eu não estava pronta para brincadeiras, muito menos para contar o que tinha acontecido, estava muito confusa.
_Gláucia está no quarto?
_Está não. Passou aqui rapidamente pra trocar de roupa e saiu de novo com Boby, já estou ficando preocupada. Ela não desgruda desse rapaz.
_Ótimo.-disse rapidamente.-Quero ficar sozinha em meu quarto.
A minha mãe começou a brigar, dizendo que não queria saber de eu me trancar no quarto de novo. Virei as costas e a deixei falando sozinha.
Deixei que meu corpo caisse na cama e chorei.
Estava preocupada, não podia ter ficado com Eduardo.Tinha sido maravilhoso e mágico, mas agora as feridas voltavam a doer.
_Mary?
Levantei a cabeça e olhei para minha mãe que sentou na cama.
_Quer falar o que está acontecendo?
_Ah mãe...-disse limpando as lágrimas.-Estou grande demais para ter colo?-perguntei me sentando.
_Claro que não, querida. Não importa o quanto você cresça, sempre será minha menininha.
Deitei novamente e encostei minha cabeça nas pernas dela.
_E então?Vai me contar o que está atormentando minha menininha?
_É o meu coração, mãe... Eu beijei o Edu, foi mágico, maravilhoso e eu queria que durasse para sempre... Mas eu não entendo o porquê das feridas voltarem a doer.-Precisava desabafar.
Ela passou a mão nos meus cabelos me incentivando assim a falar.
_Dói demais... Meu coração aperta e comprimi de dor toda vez que lembro que não posso ter André pra mim, mas eu achei que essa dor fosse passar...
_Mary, minha filha. Você precisa saber que um amor não faz com que você esqueça outro, pode ser que ajude, mas não faz.
_Mas mãe... Foi mágico, eu fiquei feliz quando estava com ele, no entanto quando nos despedimos a dor voltou de novo.
_Vocês jovens querem que tudo aconteça no tempo de vocês. Não é bem assim, querida.
Lágrimas quentes correram pelo meu rosto:
_Tudo que eu queria era nunca ter conhecido André.
_Sei... Agora me diz uma coisa, foi por causa desse André que você se trancou no quarto?
_Foi...-Admiti com vergonha.
_Ah Mary... Você ainda tem tanto que aprender sobre o amor.
_Eu não quero aprender nada sobre o amor... Só quero que essa dor passe logo.
_Ela vai passar.
_E se não passar?
_Com muito amor e um pouco de tempo, toda ferida pode ser curada.
Abracei a minha mãe emocionada.
Eu podia entender exatamente o que ela queria dizer, e era exatamente por isso que eu a amava.
As feridas doíam agora, mas o tempo e o amor de Edu fariam com que elas se cicatrizassem e tudo voltaria a ficar bem.
_Obrigada Mãe.Eu te amo.
Ela passou a sua mão em meu cabelo:
_Eu te amo sempre, minha filha. Não importa o que aconteça, estarei sempre aqui.
Eu sabia disso, e naquela noite pude dormir sentindo sua mão acariciando de leve os meus cabelos.