Para melhor entendimento, leia antes Solidão, Na estrada, Mudança de humor e Abrindo o jogo.
_Desculpa Mary, eu tinha tudo sobre controle, mas falhei...
_Não foi culpa sua, você não podia imaginar.
Ele desviou o olhar para longe e eu mexi inquieta no lanche, não tinham mais fome.
_Podemos passar a noite no carro.-disse.
Ele me olhou, com certeza me achando uma idiota.
_Sem possibilidades. Não vou fazer com que você passe a noite naquele mini veículo.
_Não é bem assim...
_É sim. -ele disse com raiva.
André ficou de pé e então pediu que eu esperasse enquanto ele saía por um minuto. Minha vontade era de discordar, mas ele estava com muita raiva e eu não queria piorar a situação.
André não demorou um minuto, pareceu mais uma eternidade. Quando voltou estava com um sorriso no rosto.
_Acabei de falar com seu pai.
_E então?
_Ele quase me matou pelo telefone, - disse rindo. -mas depois compreendeu que a culpa não foi minha, nem sua.
_Menos mal. -disse ainda muito preocupada.
_Consegui um quarto de hotel pra você.
_E você?Vai dormir onde?
_No carro.
_André!Você pode perfeitamente dormir no mesmo quarto que eu.
_Não Mary, já está tudo resolvido ta?
Ai que ódio!O André estava se achando meu pai. Quem ele achava que era para dar a ultima palavra e não me deixar dar opinião?
Fomos para o tal hotel e ele me acompanhou até o quarto.
O quarto era enorme e tinha uma pequena varanda.
_André?Você pode ficar aqui, não tem problema algum... O quarto é enorme e tem até uma varanda!
Ele me olhou sério e depois analisou o quarto. Caminhou até a varanda e depois de alguns minutos voltou para perto de mim.
_Você tem razão.
_Viu?
Ele continuava muito sério e preocupado:
_Vou ficar na varanda, pode ficar tranqüila Mary, não encosto um dedo em você.
André virou as costas e saiu sem me deixar responder.
_Que droga!-gritei pulando na cama.
O que estava acontecendo com André afinal?
Continua...