sábado, 9 de janeiro de 2010

Uma saída


Para melhor entendimento, leia antes Solidão, Na estrada, Mudança de humor e Abrindo o jogo.



_Desculpa Mary, eu tinha tudo sobre controle, mas falhei...

_Não foi culpa sua, você não podia imaginar.

Ele desviou o olhar para longe e eu mexi inquieta no lanche, não tinham mais fome.

_Podemos passar a noite no carro.-disse.

Ele me olhou, com certeza me achando uma idiota.

_Sem possibilidades. Não vou fazer com que você passe a noite naquele mini veículo.

_Não é bem assim...

_É sim. -ele disse com raiva.

André ficou de pé e então pediu que eu esperasse enquanto ele saía por um minuto. Minha vontade era de discordar, mas ele estava com muita raiva e eu não queria piorar a situação.

André não demorou um minuto, pareceu mais uma eternidade. Quando voltou estava com um sorriso no rosto.

_Acabei de falar com seu pai.

_E então?

_Ele quase me matou pelo telefone, - disse rindo. -mas depois compreendeu que a culpa não foi minha, nem sua.

_Menos mal. -disse ainda muito preocupada.

_Consegui um quarto de hotel pra você.

_E você?Vai dormir onde?

_No carro.

_André!Você pode perfeitamente dormir no mesmo quarto que eu.

_Não Mary, já está tudo resolvido ta?

Ai que ódio!O André estava se achando meu pai. Quem ele achava que era para dar a ultima palavra e não me deixar dar opinião?

Fomos para o tal hotel e ele me acompanhou até o quarto.

O quarto era enorme e tinha uma pequena varanda.

_André?Você pode ficar aqui, não tem problema algum... O quarto é enorme e tem até uma varanda!

Ele me olhou sério e depois analisou o quarto. Caminhou até a varanda e depois de alguns minutos voltou para perto de mim.

_Você tem razão.

_Viu?

Ele continuava muito sério e preocupado:

_Vou ficar na varanda, pode ficar tranqüila Mary, não encosto um dedo em você.

André virou as costas e saiu sem me deixar responder.

_Que droga!-gritei pulando na cama.

O que estava acontecendo com André afinal?

Continua...



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