segunda-feira, 21 de março de 2011

4º Capítulo - Parte 4

Post anterior: Lani relembra o dia da morte de Gabriel. Para ler AQUI!


            Na festa...
Depois de muito dançar, Samantha caminhou para a mesa e se sentou.
Matheus a olhou triste, Samantha retribuiu o olhar e os dois ficaram se olhando em silêncio, até que ela, tomando coragem, disse:
_Por que eu não estou feliz? Eu danço, pulo, canto, converso com pessoas que gosto, mas nada disso tira o vazio e a dor que arde dentro de mim agora.
_Não foi certo o que você fez com Lani. Você sabe disso, não é Sam?
Ela respirou fundo, Matheus concluiu:
_Se fosse certo, você estaria bem agora. Mas você não está.
_Não importa o que eu faça, nada vai trazer Nino de volta e só agora eu me dei conta disso. – Ela colocou as duas mãos na testa triste. -Ele faz tanta falta, tanta falta.
Matheus a olhou calado, não sabia o que dizer.
_Eu fiquei me escondendo... – Samantha disse balançando a cabeça. - Me escondendo atrás da raiva que eu sentia por Lani, culpando-a... Era tão mais fácil! Tão mais fácil acreditar que a culpa era de alguém. Tão mais fácil acreditar que a culpa não era minha.
_Mas a culpa não é sua!- Matheus disse pegando em sua mão. – Sam, você errou. Trair não é certo, não foi justo. No entanto, muitos outros caras já foram traídos e nem por isso eles morreram.
Uma lágrima caiu timidamente dos olhos de Samantha.
_Era pra ter acontecido. Quando chega o momento nada pode impedir. -Matheus disse.
_Se eu não tivesse...
_Para! – Matheus apertou sua mão. –Isso passou, Sam!
_Eu joguei toda minha raiva em cima de Lani e agora a dor é mais forte.
_Você não pode ficar culpando Lani. Não é justo.
_Eu sei. Mas eu também não consigo esquecer o que ela fez. Eu estava errada, mas ela não podia ter levado Nino lá... Não podia.
_Ela também o amava.
_Eu cansei, Matheus... Cansei de fingir que não dói. Cansei de tudo, de tudo...
Samantha escondeu o rosto entre as mãos.
_Eu já não suporto a dor e não importa o que eu faça, ela não vai passar.
Matheus já não sabia o que dizer ou o que fazer. Foi quando teve uma ideia:
_Uma estrela cadente! Faça um pedido! – A estrela cadente não era bem verdade, aliás, não era nada verdade. Mas Samantha não precisava saber disso, ele precisava fazer alguma coisa para vê-la bem de novo.
Ela ergueu o rosto alegre e fechando os olhos, cruzou os dedos. Depois de alguns segundos abriu os olhos e o olhou sorrindo.
_O que você pediu? – Matheus perguntou curioso.
Samantha riu:
_Se eu te contar não vai se realizar.
_Para Sam, conta logo! Não tem nada disso.
_Ah é? Pois então me conta qual foi o seu pedido.
Ele a olhou sério:
_Você.
Samantha o olhou surpresa e depois de alguns segundos começou a rir:
_Você sempre cheio de piadas! – Ela ficou de pé e o puxou pelo braço. - Vem, vamos dançar!
_Sam... Você sabe que eu não sei dançar!
_Pois então você vai aprender agora! – Ela disse rindo e então o arrastou para junto do restante do pessoal que dançava.
Diego observava quieto de longe.
Ao ver que Samantha e Matheus dançavam, ele ficou de pé e decidido foi embora para casa.
Assim que a música acabou, Samantha voltou rindo para a mesa:
_Matheus, você não existe! Só você mesmo para me fazer sorrir quando eu estou tão pra baixo.
Matheus sorriu encantado.
_Ei! – Ela disse olhando em volta. - Onde está Diego? Não o vejo...
O sorriso de Matheus morreu em seus lábios.
_Acho que ele foi embora. – disse triste.
Samantha olhou triste ao redor e depois de alguns segundos disse:
_Já deu por hoje né?- Ela pegou sua bolsa. - Vou para casa.
Despediu se dele com um abraço e se afastou sem olhar para trás.
Samantha percorreu todo o caminho para sua casa pensando.
Dos olhos lágrimas insistiam em cair e da mente as lembranças de Gabriel não a deixavam em paz.
Entrou em seu quarto e caminhando para a janela aberta olhou para o céu cheio de estrelas:
_Bom seria se a estrela cadente levasse até Deus o meu desejo. Tudo o que eu queria era voltar no tempo... Ah, eu queria que tudo fosse como antes. Eu, Gabriel e Lani. Queria que os três mosqueteiros fossem eternos.
Dos seus olhos uma lágrima caiu e no céu uma estrela brilhou.

Continua 



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